Quando a cabeça não pensa, o corpo é que paga... A data estava marcada já há algum tempo, nada nos dizia que o fim de semana iriamos ter temperaturas fora do normal... Mas como bons BTTeitas que somos ninguém se negou em ir para o Sicó, sabendo as temperaturas que nos esperavam! Com a Team toda reunida, saímos de Anços, Redinha logo em direção a um dos Templos do BTT no centro de Portugal, Sicó! Como era de esperar as subidas apareceram logo num abrir e fechar de olhos. Subidas... Descidas... Single Tracks de tirar a respiração... Um pouco de tudo, mesmo de tudo, até 37 º C, foi a temperatura que o GPS registou. ![]() Apesar de irmos todos bem munidos de líquidos, com a temperatura que se fazia sentir começamos a ficar com falta. Felizmente ao km 30, perto do Jagardo, dois "Manos" gentilmente deixaram-nos abastecer com agua fresca. Um pouco de conversa com os "Manos", umas barras energéticas, bidons e camelbak's abastecidos, lá seguimos os trilhos... Regresso ao ponto inicial, terminados com um grande banho na nascente de Anços, conhecida por Olhos de Agua.. Por fim a cereja sobre o bolo, um grande almoço de convivio! Muito haveria para contar, mas nada como ter a experiência "In Loco". Ficou combinado regressarmos quando as temperaturas tiverem mais amenas. Um obrigado a todos os BTTrolando's (Antonio Alves, Gonçalves Marques, Ivo Dinis, José Almeida, Ricardo Gomes e Rui Pedro), Silvajeans BTT (Pedro Madrugo) e BTTerriveis (Emanuel Batista), que estiveram presentes. Até á próxima...
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Esta foi a terceira travessia original segundo o conceito do Paralelo 39. Foram cinco os participantes desta edição (Gonçalo Marques, Ivo Dinis, Nando Pires, Rui Pedro e Rui Simões) que marcaram partida na linha de fronteira em Galegos (Marvão), com objectivo de chegar ao Atlântico, na Praia do Osso da Baleia (Pombal). A passagem pelos distritos de Portalegre, Castelo Branco, Santarém e Leiria realizou-se em 21 horas e percorreram-se 293+35 km divididos por 3 dias, com uma deslocação média de 15.7 km/h, sem incidentes pessoais, apenas com um raio partido e um prato peladeiro a necessitar de um aperto. Nada mau para uma travessia de TBT -Trail Bike Touring em autonomia com cerca de 15 Kg de carga extra por bicicleta. Contamos mais uma vez com a amabilidade da Simoclima para o transporte até à fronteira... ficam os nossos agradecimentos. Dia 1. Galegos (Marvão) - Praia do Alamal (Gavião) ![]() Distancia 114.46 km Duração 6h:47m:05s Velocidade Média 16.87 km/h Velocidade Máxima 52.50 km/h Ascendente 1.628m Descendente 2.211m Despertamos na pacata aldeia da Beirã onde tínhamos pernoitado... o dia vestia-se pleno de luz e particularmente convidativo para umas quantas fotos no complexo ferroviário e nas imediações da antiga estação fronteiriça. A guest house Train Spot que agora ocupa o espaço do restaurante da estação, dá agora um novo alento a este espaço, depois do último comboio dali ter saído a 31 de Janeiro 2011. De resto e pese embora abandonado, é evidente o charme do edifico principal da estação que foi, e ainda é, um importantíssimo postal ilustrado de diversas localidades do nosso país representadas em magníficos painéis de azulejos. Por volta das 09:30 saímos na linha de fronteira com destino à praia fluvial do Alamal. Rapidamente entramos no vale do rio Server e conhecemos Galegos, Monte de baixo e Relva da Asseiceira até começar a subida em direção ao castelo de Marvão serpenteando por trilhos de montanha em pedra granítica ou por alguns sectores das muitas calçadas medievais que ladeiam Marvão. Descemos na calçada junto ao cemitério até Vale Rodão e daí seguimos até ao nosso primeiro ponto de paragem em Castelo de Vide. Há vilas bonitas no nosso país, mas esta peca por excesso. Tudo está sempre bem arrumado, aprumado e pintado em Castelo de Vide. Fortes, vielas, ruelas, castelo, bairro Judeu, igrejas, fontes, calçadas, fontanários, praças, jardins e pastelarias para todos os gostos... recomenda-se um dia para visitar as vilas raianas de Marvão e Castelo de Vide em pleno Parque Natural da Serra de São Mamede. Saímos de Castelo de Vide por uma calçada a ladear o extremo oeste da serra de São Mamede em direção à quinta do Pomarinho, Vale Serrão e depois Alagoa. O cenário é avassalador! Pelo meio passa-se pela ribeira de Nisa (ou ribeira do Alto Alentejo), que deu direito ao primeiro episódio de "sapato a seco e pé molhado" do percurso do P39. Esta ribeira nasce nas Carreiras apenas a uns kms deste ponto de passagem e já é considerável o caudal que leva. Pelo caminho algumas cercas foram abertas e fechadas... e sempre que se abre uma cerca, espera-se que os bichos bravos estejam do lado oposto... desta vez só demos com um vitelo do "lado errado da cerca" e por sinal não se sentiu muito atraído pela cor vermelha de alguns dos nossos alforjes, mas um pouco mais a frente e do "lado certo da cerca", alguns toiros mostraram-nos como corriam mais que nós... e isso deixou-nos a pensar e muito!... Passamos por Flôr da Rosa com o seu magnifico convento convertido em estalagem e um pouco depois no Crato a paragem para a primeira refeição do dia. Este ano optamos por refeições convencionais em vez das bifanas ou pregos e o recobro é seguramente melhor assim... Seguia-se agora a zona de montado em planície, pelo meio fica o Monte da Pedra e Tolosa até a chegamos a EN118. Aí fomos forçados a seguir cerca de 10 kms por alcatrão, pois o estradão previsto para o nosso traço estavam agora dentro de uma propriedade recentemente cercada. Na pequena Atalaia reentramos nos estradões e aqui começou aquela que foi a etapa mais difícil do dia! O percurso passava por quintas de acessos quase fechados pela vegetação e com muita lama a mistura, mais, num pequeno sector à chegada ao Gavião foi feito por num carreiro de acesso a um moinho de água e que estava praticamente fechado pela vegetação, mais ainda e para finalizar, era indecentemente empinada a ladeira que nos levou às portas do Gavião... No Gavião lavamos as bicicletas e seguimos até à praia do Alamal onde jantamos e pernoitamos no Alamal River Club. Dia 2. Praia do Ortiga (Mação) - Dornes (Ferreira do Zêzere) ![]() Distancia 75.64 Kms Duração 6h:03m:25s Velocidade Média 12.49 km/h Velocidade Máxima 50.35 km/h Ascendente 2.789 m Descendente 2.675 m Há dias de BTT que dificilmente começam e acabam melhor que este... primeiro pelo cenário para início do dia! Na margem oposta mostra-se elegante o castelo de Belver com a primeira luz da manhã a cambiar entre fortes azuis e verdes... aqui o rio não corre livremente porque a poucos km a jusante a barragem de Belver transforma-o num imenso espelho de água, convidando a demorados passeios pelos passadiços e trilhos nesta margem do Tejo. A quinta do Alamal também reserva muitas surpresas. Há uma pequena zona de mata com fontes, pontes e até uma pequena cascata que alegra uma pequena ribeira... o local é uma maravilha... Os companheiros de aventura tinham ficado a saber na noite anterior que o dia de BTT ia começar de uma forma diferente... com uma pequena viagem de barco.... na verdade foi um paliativo para o que vinha a seguir! O Sr. Carlos, o barqueiro e também proprietário do Snack bar do Alamal onde já tínhamos jantado na noite anterior, fez a ligação entre a praia do Alamal e a praia da Ortiga na sua recém restaurada embarcação. Explicou-nos demoradamente todas as curiosidades das margens do Tejo... A ele uma vez mais os nossos agradecimentos pela disponibilidade, amabilidade e sobre tudo pelo inesquecível passeio pelo Tejo... a repetir um dia com amigos e/ou família, sem dúvida nenhuma! ![]() Desembarcados na praia da Ortiga saímos oficialmente do Alentejo. Aqui retomamos verdadeiramente a festa do BTT e que ainda mal tinha começado, pois o conta quilometros marcava 2!! quando a primeira parede se fez notar, só para preâmbulo do dia - Irra! Deste lado é conselho de Mação província do Ribatejo e nesta margem do Tejo as coisas já se mostram diferentes. Aparecem as primeiras zonas de mata de pinho e eucalipto onde avistamos raposas, perdizes e coelhos. O terreno é notoriamente mais acidentado com rochas de xisto em contaste com o granito da serra de São Mamede e o arenito da planície Alto Alentejana... Depois do Vale de abelha e do Rosmaninhal vem a sede de conselho que é Mação onde paramos para o nosso tradicional nata e café. De Mação em frente e praticamente até à aldeia de xisto Água Formosa não passamos por aldeias. Algumas vimos ao fundo dos vales como foi o caso da Aboboreira, mas não cruzamos. Um pouco antes tínhamos passado por um imenso grupo de gentes de todas as idades que faziam uma caminhada pelas serras, a nossa passagem foi quase um evento extra no passeio deles, as crianças corriam encosta a baixo para nos acompanhar... A meio do nosso percurso estava prevista paragem para o almoço em Vila de Rei e assim foi. O faro de um dos elemento dos grupo levou-nos seguramente ao melhor restaurante da localidade e isto só a dar créditos pela SB Stout à pressão. Reconfortados, fizemos contas à nossa vida e decidimos abdicar na ida ao picoto da Melriça que é o umbigo geodésico de Portugal continental. A jornada já estava a ser demasiado exigente e mais de metade da altimetria prevista para este segundo dia ainda estava ainda por ser feita!... A saída de Vila de Rei foi então feita por alcatrão até a localidade da Melriça para evitar o picoto, onde voltamos a entrar nos estradões... serra, mato e aquele aroma intenso das estevas que ladeiam os nossos caminhos - é absolutamente delicioso... e para aguçar ainda mais sentidos, só mesmo descida e a paisagem de entrada do vale da ribeira da Isna. Neste vale visitamos a orgulhosa ponte romana da Tamolha e alguns km mais a frente, a elegante ponte medieval dos charcos... Saímos do vale da Isna e paramos poucos minutos no Valongo para refrescar e abastecer, para logo seguida entramos no vale da ribeira da Sertã. Neste local a ribeira já faz parte da albufeira dos Castelo do Bode. É impressionante o quão vincado é este vale, as paredes são altíssimas... e claro nova subida mas vez feita por escassos 2 km na EM543. Por curiosidade, esta parte do percurso e até ao destino marcado para aquele dia, é coincidente com a Grande Rota do Zêzere. Passamos pela pacata aldeia dos Moinhos da Ribeira que fica à beira da barragem e saímos do vale como sempre, a subir... e muito! Para no final da jornada, o que toda a gente do grupo queria MESMO era uma subidita daquelas que se fazem aos ZZZ's com os alforges a ajudar...... verdadeiramente in-fer-nal..... e só se parou na EN238, que liga Cernache de Bonjardim a Ferreira do Zêzere, que coça... Este últimos km foram feitos alcatrão A DESCER e passamos para a outra margem da barragem, em Vale Serrão onde paramos para pernoitar na Residêncial Nossa Senhora do Pranto. Gentes simpáticas e disponíveis. Na residencial também há serviço de restaurante, mas como era Domingo e dia de descanso do pessoal da casa, estava fechado. Mas não foi por isso que ficamos mal, muito pelo contrário... o filho do Sr José Russo fez-se chauffer para nos ir levar e buscar a um restaurante a quase 10 kms da residêncial, onde brindamos ao empeno do dia com uma jantarada de leitão e outras coisas boas, pois então... Fica aqui uma palavra de apreço pelo serviço prestado pela família Russo, que tem uma pequena unidade hoteleira moderna, acolhedora e de muito boa qualidade! Obrigado pela vossa simpatia! ... o que tinha começado bem, igualmente assim terminou! Mas que dia cheio de coisas boas... Dia 3. Dornes - Praia do Osso da Baleia (Pombal) ![]() Distancia 98.7+36.6 km Duração 7h:39m:48s Velocidade Média 17.63 km/h Velocidade Máxima 5.08 km/h Ascendente 1980+370 m Descendente 2140+320 m ![]() Última jornada - Albufeira, serra e Atlântico... Saímos do Vale Serrão na barragem do Castelo de Bode em direcção ao Atlântico ainda não eram 9 da manhã! Esta ligação continham alguns troços que já era conhecidos de outras aventuras de BTT na zona de Pombal, mas não foi por isso que se revelou menos interessante que dos dias anteriores... A primeira paragem do dia aconteceu na pitoresca Dornes.... A pequena aldeia nasceu numa pequena península do rio Zêzere e foi local escolhido para a construção no séc XIII de uma torre de menagem que fazia parte da linha defensiva dos templários. A subida das águas da albufeira acentuou os contornos deste peculiar espaço. Um pouco antes tínhamos encontramos um grupo relativamente grande de turistas holandeses que se instalavam num recanto da barragem para representar em pintura Dornes neste enquadramento verdadeiramente singular... Mais uma vez percorremos estes quilómetros iniciais do contorno do lago em alcatrão. Este contorno inicial do lago também é coincidentes com a GRZ mas que é naturalmente feita no sentido inverso, ou seja, da nascente para foz... e só assim se pode justificar os disparate da subida feita na Fonte Seca, francamente... esqueçam lá essa coisa da percentagem ou graus de inclinação e quantifiquem o número de impropérios ditos por cada 100 metros... estou certo que as árvores das redondezas ruboresceram com as enormidades ditas! Seguimos e paramos desta vez em Alvaiázere, já no distrito de Leiria, para o tradicionalismo pastel de nata e café... era segunda-feira e dia de feira ou mercado de rua em Alvaiázere e na pequena Romila e por isso estas localidades mostravam um frenesim estranho para nós os "litoralianos", já esquecidos destas realidades e como se este mundo rural nos fosse assim tão distante... Entre a serra de Alvaizere a serra do Sicó ficam imensas localidades num cenário de vales, pedra, quintas, rebanhos... lindíssimo e a merecer uma visita para fazer BTT logo que seja possível! Depois de cruzar a "linha do IC8" e subida à pequena localidade de Arroteia no extremo sul da serra do Sicó, veio um momento de teste à nossas bicicletas com 15 kgs de carga extra... lages, drops, saltos, degraus e "massagistas" violentaram o nosso equipamento e corpo nos singles em pedra, nos momentos que antecederam a nossa chegada a Pombal onde paramos para almoçar! A ligação Pombal à Praia do Osso da Baleia foi feita por caminhos que não conhecíamos por completo e que revelaram interessantes, em particular os campos junto a vila do Louriçal e mais à frente o magnifico parque de merendas da Fonte da Pedra já perto do Carriço. A meta simbólica desta travessia foi na praia do Osso da Baleia. Assim foi escolhida por ser o ponto mais a norte do Paralelo 39 junto do Atlântico, mas como as coisas boas devem ser prolongadas e porque as pernas ainda estavam folgadas apesar dos 300 kms, decidimos rumar a casa sem recurso ao "serviço de transporte". Acrescentamos mais 35km ao percurso e fizemos os clássicos estadões do sobe e desce das matas do Urso e Pedrogão a muito bom ritmo. Paramos na praia do Pedrogão para refrescar e seguimos em direcção à Vieira de Leiria e a Àgua Formosa em pleno pinhal de Leiria, já a "meio caminho" das casas dos membros deste grupo e aqui nos dividimos... Bem haja a todos que participaram e aos que não puderam participar neste aventura. Estou certo que outras haverá dentro ou fora deste pequeno rectângulo, desde que sirvam para celebrar a amizade... Deste castelo ficamos do lado de fora... o barqueiro estava ausente e o Tejo levava muita corrente! A primavera este ano está repleta de surpresas... o dia esteve geralmente vestido de tons cinza e alguns pingos bem grossos foram servidos à hora do almoço pouco antes de chegar a Torres Novas. De resto a temperatura esteve agradável para vencer os 130 Kms deste percurso com 2700ac. Não é todos os dias que se começa uma viagem de BTT em Porto de Nós perto da nascente do rio Lena para ir visitar os grande rio da Ibéria - O Tejo. Esta foi a proposta vinda não sei muito bem de onde, mas com todo o gosto lá fomos, À CONQUISTA DO CASTELO DO ALMOROL.. Por vezes mais valem imagens ao texto, por isso aqui ficam algumas das nossas fotos! Por norma as coisas nunca de repetem, mas esta volta merece ser feita novamente. Para além da envolvente ao Castelo do Almorol, há um património cultural e paisagístico que merece ser visitado, mesmo! Ficam para não esquecer o PNSAC onde visitamos a serra de Santos António e Serra de Aire, na Barquinha com a simpática Dn Julieta e sua nespereira coberta a crochet e mais perto do Almorol a caprichosa Tancos à beira Tejo... Foi um dia de Primavera cheio de cores e temperaturas de Inverno. Por sorte os borrifos só marcaram presença nos kms finais, mas em nada estragaram este dia... São 5 castelos que servem de mote a este já clássico desafio dos nossos amigos de Soure. Com cerca de 100 kms, a proposta passa por um sobe e desde às imponentes paredes calcárias da serra do Sicó e visita aos férteis vales dos rios Arunca e Anços. Por ser mais perto da Marinha Grande, optamos por iniciar a nossa jornada na cidade de Pombal onde encontramos o primeiro dos castelos propostos. Desvantagem... não há tempo de aquecer e os primeiros kms são sempre a subir, em compensação a recta final entre Soure e Pombal são feitos num quase plano a um ritmo necessariamente mais rolante. A serra do Sicó... não é muito diferente daquelas que ficam mais perto das terras do Liz e do Lena... a pedra é igualmente calcária e isso é garantia de dificuldade sempre que entramos em trilhos mais técnicos. As subidas são como as de qualquer lugar... a subir! :) Mas vamos aos castelos. O primeiro de todos foi o elegantíssimo património da cidade de Pombal que obedece às linhas arquitetônicas características dos templários. Este já tinha sido alvo de algumas incursões recentes desde a Marinha Grande, mas daqui para a frente quase tudo nos foi novo. À saída Aldeia do Vale em direção Santiago da Guarda enfrentamos a primeira grande parede da vertente sul da serra do Sicó, para logo sermos recompensados por um belo conjunto de singles serpenteando e descendo a encosta... Santiago da Guarda... na verdade não é um castelo mais sim um solar dos Condes de Castelo Melhor. A meio do percurso fica Penela com o seu magnifico castelo que fazia parte da linha defensiva do rio Mondego, mandado construir pelo el Rei D. Dinis no ano de 1300. Pouco depois vem o castelo de Germanelo que também fazia parte de mesma linha defensiva. No alto da monte de quase 400 metros, do castelo pouco sobrou, apenas uma pequena secção de muralha com 18 ameias marca testemunho... mas a subida vale por muitos aspectos e um deles é a deslumbrante vista de todo o vale do Rabaçal e o morro da Lomba a sul - Magnifico! Sicó, serra, rebanhos e queijos, está visto... alguns chegaram à capital do vidro... Sempre serra... e mais uma paragem no miradouro da alto da Senhora de Estrela com uma bela vista para poente onde nos dias mais claros facilmente se avistam o Atlântico, a Figueira da Foz e Serra da Boa Viagem. No fundo desta encosta a pequena aldeia dos Poios parece já estar habituada a conviver com os chamados desportistas radicais... uns vêm com pesadas mochilas a abarrotar com cordas, expressos, baudrieres e saquinhos de magnésio para a ponta dos dedos e ficam horas a fio por um fio pendurados nas paredes de pedra. Outros surgem vindos de sei lá de onde, com ar mais ou menos alucinados e vestidos de roupa chapadamente justa; vem montados em leves cavalos de alumínio ou carvão e seguem encosta abaixo por trilhos que os rebanhos locais já se esqueceram que existem.... e no bolso da camisola a bananinha carregadinha de magnésio... outros há que vem de sapatilhas, roupa chapadamente justa, lencinho na cabeça e umas granadas cheias de água presas à cintura... e também deve haver magnésio na equação... como é que é possível a habituação destas pacatas gentes a estes citadinos!?.. São fantásticos os trilhos que descem este sector da serra em direção a Soure, são muitos bons mesmo. Muito técnicos, com lama no dias de menos sol, com um milhar de pequenas árvores para fintar, com pedras para saltar e contornar. Diria que justificam uma viagem só para serem percorridos... Soure! O seu castelo é perfeitamente singular porque foi construido no zona de aluviões, local de encontro do rios Arunca e Anços. O Arunca era navegável até este ponto e por isso havia por isso a necessidade controlar e proteger o local de embarque dos produtos locais e daí a razão da sua construção. No regresso a Pombal são feitos ainda alguns kms beira rio em estradões e asfalto ao lado de linha do norte, de todo o percurso é a parte compreensivelmente menos interessante. Às gentes do vale de Soure que organizou este evento. Obrigado! Às gentes da serra que fazem os queijos maravilhosos. Obrigado! A todos os outros que toleram a nossa breve presença nas suas serras e nos seus vales. Um especial obrigado! |
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Outubro 2019
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